Petrobras (PETR4): Corte bilionário de investimentos pode impactar a distribuição de dividendos?

Corte de US$ 8 bilhões nos investimentos da Petrobras reflete cenário difícil com o petróleo; decisão pode beneficiar o investidor?

Na última semana, um rumor acendeu alerta no mercado: a Petrobras (PETR4) deve realizar uma redução de US$ 8 bilhões em investimentos no Plano Estratégico 2026-2030. Segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o possível corte, divulgado inicialmente pelo Valor Econômico, se dá em decorrência de uma queda acentuada no preço do petróleo

Na divulgação do último plano estratégico da petroleira, o brent estava sendo negociado a US$ 83 por barril e, até o fechamento deste texto, o preço estava em US$ 67. Ou seja, houve uma desvalorização de 19%. A notícia do corte de investimentos ainda não foi confirmada, mas a petroleira deve divulgar seu Plano Estratégico 2026-2030 até o final de novembro.  Diante desse cenário, você deve estar se perguntando: a redução bilionária pode impactar na distribuição de proventos?

Os dividendos da Petrobras continuam atrativos?

Na visão de Ruy Hungria, se a notícia for confirmada, será uma surpresa positiva. Isso porque, de acordo com ele, o ajuste no planejamento faz sentido. Com o petróleo em preços mais baixos, as empresas precisam buscar mais eficiência. No Plano Estratégico 2025-2029, foram anunciados US$ 111 bilhões de investimentos, sendo US$ 13 bilhões voltados para projetos no-core, que dependiam de avaliação adicional por terem retornos mais baixos que o pré-sal, segmento mais rentável da petroleira.

Logo, o analista avalia que há espaço para reduções significativas sem correr o risco de abrir mão do que de fato paga as contas: a Exploração e Produção de Petróleo em águas profundas. Assim, mesmo diante de rumores, a Petrobras continua sendo vista como uma opção para geração de caixa. E é justamente dessa capacidade de gerar caixa que vêm os dividendos que tantos investidores buscam.

O dividend yield estimado para 2025 da companhia está na casa de 12%, um valor significativo se comparado a pares globais e, principalmente, à média do mercado brasileiro. E enquanto a petroleira mantiver o core da produção de petróleo forte e saudável, incluir PETR4 na carteira pensando em dividendos, continua sendo uma boa opção. Mas é claro que isso não significa que PETR4 deva ser a única aposta de quem busca renda passiva.  Afinal, Ruy Hungria aponta que é a diversificação que garante consistência na carteira. E é justamente aqui que entram outras quatro companhias selecionadas pela Empiricus Research para compor a carteira de dividendos de setembro.

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