Petrobras vê riscos em projetos após mudança no preço de referência do petróleo, diz CEO
A Petrobras avalia que a mudança nos critérios para a fixação do preço de referência do petróleo, utilizado para calcular royalties, pode impactar a viabilidade econômica dos projetos de campos offshore do pós-sal e em suas operações em terra, disse a presidente Magda Chambriard nesta segunda-feira.
“Isso me deixa muito preocupada”, afirmou Chambriard, acrescentando que o petróleo dos campos do pós-sal vale menos do que o dos campos do pré-sal, e que a mudança nas regras provocará um aumento dos valores a serem pagos e royalties.

A Petrobras quer revitalizar a produção de petróleo na Bacia de Campos, além das operações em terra, e essa mudança prejudica esse movimento, disse Chambriard, durante entrevista online à agência Eixos.
“Tem muito óleo a ser produzido ainda, mas ele precisa ser economicamente viável, então me preocupa muito esse tipo de ação… principalmente no momento de redução do preço do petróleo”, afirmou a executiva.
As declarações foram feitas após a reguladora ANP alterar os critérios para a fixação do preço de referêcia em julho.
Em junho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia dito que a alteração — que entrará em vigor em 1º de setembro, com impactos na distribuição de royalties de novembro — deveria render aos cofres da União R$1 bilhão extras ainda neste ano.
O preço de referência funciona como base de cálculo para a aferição de tributos na comercialização do petróleo dentro do país e também para o recolhimento de royalties e participações especiais, e as novas regras para sua fixação estavam em discussão desde 2022.
Durante a entrevista, a CEO afirmou que a Petrobras não pode perder a oportunidade de comercializar gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, por se tratar de um negócio com alta margem de lucro.